Girls, a nova série da HBO, divide opiniões. Em especial agora, que foi indicada a nada menos que cinco Emmys. Há quem diga que Lena Dunham – que escreve, dirige, produz e atua na série – é a nova voz da geração Y. Outros dizem que a série é tediosa e as garotas do título não passam de um grupo de narcisistas, sem rumo, mimadas e que só sabem reclamar.
Não estou aqui para
defender a série nem Lena Dunham (embora respeite uma garota que aos 24 anos já
tinha um filme premiado e um contrato com o maior canal de TV paga do mundo). Estou
aqui para defender as séries que se dão ao direito de iniciarem lentas, que não
têm intrigas mirabolantes nem dúzias de plot twists, vilões caricatos e protagonistas
com as medidas e o cabelo perfeito. Para isto existem os folhetins (e a nova
versão de Dallas).
Gostaria de dar a seguinte sugestão àqueles que criticaram Girls após assistir a apenas um episódio: dêem mais uma chance à novata Lena (ou Hanna, seu alter-ego na série). Procurem assistir ao menos até o terceiro episódio, ou aos seus trabalhos anteriores, como o filme Tiny Furniture (2010) e as webséries Delusional Downtown Divas (2009) e Tight Shots (2007), e verão que as tramas se assemelham e até se complementam. Todas giram em torno de jovens mulheres tentando entender seu papel numa sociedade - real e virtual - que já não se choca com nada e que não lhes dá limites (exceto o financeiro, já que se trata da geração americana que teve a infelicidade de sair da universidade direto para um mercado em crise). Tudo isso temperado com uma crítica ácida aos tipos "criativos" novaiorquinos, que poderiam tranquilamente fazer parte de um roteiro de Woody Allen.
Pode ser que as meninas realmente exagerem no mimimi e no narcisismo, além de terem um gosto terrível em namorados – e às vezes também em roupas. Mas quem não era assim nos seus vinte e poucos anos, independente da geração, que atire a primeira pedra.
Zosia Mamet, que também está no elenco de Mad Men |
Gostaria de dar a seguinte sugestão àqueles que criticaram Girls após assistir a apenas um episódio: dêem mais uma chance à novata Lena (ou Hanna, seu alter-ego na série). Procurem assistir ao menos até o terceiro episódio, ou aos seus trabalhos anteriores, como o filme Tiny Furniture (2010) e as webséries Delusional Downtown Divas (2009) e Tight Shots (2007), e verão que as tramas se assemelham e até se complementam. Todas giram em torno de jovens mulheres tentando entender seu papel numa sociedade - real e virtual - que já não se choca com nada e que não lhes dá limites (exceto o financeiro, já que se trata da geração americana que teve a infelicidade de sair da universidade direto para um mercado em crise). Tudo isso temperado com uma crítica ácida aos tipos "criativos" novaiorquinos, que poderiam tranquilamente fazer parte de um roteiro de Woody Allen.
Pode ser que as meninas realmente exagerem no mimimi e no narcisismo, além de terem um gosto terrível em namorados – e às vezes também em roupas. Mas quem não era assim nos seus vinte e poucos anos, independente da geração, que atire a primeira pedra.
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