31 março, 2012

O "extreme branding" da HBO e Game of Thrones


Os fãs dos livros de George R.R. Martin já eram extremamente devotados antes mesmo de Game of Thrones ser adaptado pela HBO no ano passado. E a qualidade incomparável da série de TV (cuja 1ª temporada custou 60 milhões de dólares) só fez intensificar a paixão do público pelo mundo fictício de Westeros.

Com a nova temporada prestes a estrear dia 1º de abril (simultaneamente nos EUA e Brasil), a HBO tem provado que investe pesado não apenas na produção de suas séries, mas também no marketing delas. A 1ª temporada, como já escrevi aqui, contou com uma fantástica campanha transmídia desenvolvida pela Campfire, que convidava o público a imergir através de seus cinco sentidos, tanto online como offline.

Para promover a 2ª temporada, a HBO desenvolveu, novamente com a Campfire, uma campanha que iniciou com o lançamento do DVD da 1ª temporada, estrategicamente planejado cerca de um mês antes da chegada da nova. Os fãs que foram à loja Best Buy de Nova Iorque foram surpreendidos com a presença do “Iron Throne”, e posaram para fotos posteriormente compartilhadas na fan page do Facebook.


Em seguida veio a ação "Contradicting a king is a dangerous thing", realizada na WonderCon 2012, onde os fãs eram convidados a entrar em uma cabine especial e tirar uma foto com sua cabeça decepada, emulando a horrenda imagem do polêmico cartaz promocional “The King does as the King likes”, onde o personagem Eddard Stark aparece com sua cabeça espetada em uma lança. Mais uma vez as fotos foram postadas no Facebook e fartamente compartilhadas. O apelo do “show do eu”, mais uma vez, mostra-se irresistível, como já apontei no caso de Mad Men Yourself (leia artigo aqui).


Logo depois, o canal por assinatura convocou os fãs a escolherem qual família iriam “jurar lealdade”, através da campanha no Facebook “Pledge Your Allegiance”, que prepara o clima para o tema central da temporada: a grande batalha pelo trono de ferro. É hora dos fãs escolherem de que lado estão, e uma vez feito o “juramento” eles são brindados com downloads e brindes especiais.


Mas como é típico da Campfire, as ações são desenhadas para atingir cada uma das subculturas específicas de fãs, que possuem diferentes graus de engajamento, seja via web ou fora dela. Portanto, se “jurar lealdade” online não é suficiente, não há problema. É possível provar devoção de uma forma mais “orgânica” e, digamos, definitiva. Na sexta-feira, dia 30 de março, foi organizado um evento no Wooster Social Club, em Nova Iorque, onde o artista Ami James tatuou, gratuitamente, os brasões dos reinos de Westeros nos braços de 50 hardcore fans. Mike Monello, da Campfire, comentou em entrevista à revista FASTCOMPANY: "Quando descobrimos que haviam fãs postando fotos online de suas tatuagens de Game of Thrones, pensamos: aí está o comprometimento definitivo!"

Sem dúvida um comprometimento e tanto. “Extreme branding”, como está sendo chamado. Ao que parece a expressão "vestir a camiseta da marca” ficou no passado. Hoje o consumidor veste o personagem, imerge no universo da história, e, dependendo do seu grau de dedicação, tatua na própria pele a prova da sua lealdade.




------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.

------------------------------------------------------------

28 março, 2012

O Futuro da TV: temporada 2 episódio 2


Como já falei aqui, o pessoal da Think TV lançou a segunda temporada do websérie-documentário: “The New TV Landscape”. Desta vez o foco é na publicidade e nos anunciantes. Usando o mesmo formato da primeira série (entrevistas com especialistas da área), a série aborda o tema do futuro do mercado televisivo mundial através de cinco perspectivas diferentes: da mídia, da criatividade, do marketing, da pesquisa e das emissoras. Hoje é a vez da perspectiva criativa.

EPISÓDIO 2: “A Creative Perspective”





------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.

------------------------------------------------------------

Arte feita por fãs de cinema

O site Reelizer.com, lançado em 2009, está completando três anos agora em abril. Espécie de galeria virtual especializada em pôsters de cinema, o site tem um importante diferencial. Não exibe os cartazes oficiais dos filmes, e sim reinterpretações - algumas bem mais inspiradas do que os originais, diga-se de passagem - feitas por artistas, alguns amadores, outros profissionais.

O espaço é aberto a novos artistas, que podem enviar seus trabalhos, e algumas das obras estão à venda, basta seguir os links.

Selecionei alguns dos meus favoritos, mas sem dúvida vale a pena fazer uma visita ao site e escolher os seus favoritos entre os mais de 400 belíssimos trabalhos.

Eternal Sunshine of the Spotless Mind, por Peter Strain


The Graduate, por Adam Juresko


Alien 3, por Sam Markiewicz


The Breakfast Club, por Jordan A


Wall-e, por Lopesgrafico


Mall Rats, por Laz Marquez


The Shinning, por Ben Whitesell


The Social Network, por Laz Marquez



I------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.
------------------------------------------------------------

25 março, 2012

Vilões abandonados


Como ficariam os terríveis vilões dos filmes dos anos 80 na terceira idade? O projeto HORROR VACUI, concebido pelo fotógrafo Federico Chiesa, tentou imaginar. Este foi o resultado:

Mike Myers, de Halloween


Darth Vader (atenção para foto de Leia e Luke no fundo)


Jason, de Sexta-feira 13


As gêmeas, de O Iluminado (minha favorita)



------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.

------------------------------------------------------------

Mad Men retorna hoje!

Para quem já estava cansado de esperar...

24 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 1 dia



A FineBrothers acaba de criar um divertido vídeo interativo no estilo 8-bit, onde é o usuário quem determina o rumo que a história irá tomar. São três finais diferentes, dependendo das decisões tomadas. Se fizer a escolha certa, Don Draper pode acabar cheio de novas ideias, confiança e paz de espírito. Fazedo a escolha errada, é GAME OVER para Don...



Quer experimentar Mad Men The Game? Então inicie aqui:





------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.

------------------------------------------------------------

23 março, 2012

Comédia com pedigree


Para quem já está sofrendo por antecipação com o fim de House, recomendo uma dose de Hugh Laurie como você nunca viu. Afinal, antes de ficar conhecido no mundo inteiro como o complicado e talentoso médico da série americana, o ator britânico fez sua carreira na terra natal como comediante (Cambridge FootlightsBlackadder, Jeeves and Wooster, entre outros). E um dos programas que mais se destacam até hoje é a série A Bit of Fry and Laurie, transmitida pela BBC1 e BBC2 entre os anos de 1989 e 1995.

Trata-se de uma coleção de sketches hilários escritos por Hugh Laurie e Stephen Fry. A dupla se conheceu nos anos 80, através de ninguém menos que Emma Thompson (foto), quando todos ainda estudavam em Cambridge.

Sim, Cambridge. Não é a toa que o humor britânico é inteligente. Boa parte de seus comediantes frequentou as prestigiadas universidades localizadas em Oxford e Cambridge (entre eles Sacha Baron Cohen e parte dos integrantes do Monty Python).

Assista a alguns trechos de A Bit of Fry and Laurie legendados em português:






------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.

------------------------------------------------------------

22 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 3 dias


A misoginia de uma época nem tão dourada assim

Anúncios sexistas e politicamente incorretos dos anos 50 e 60, que poderiam facilmente ter sido criados pela equipe da SCDP (apesar dos protestos de Peggy).

Não é de surpreender que mais tarde elas saíram ateando fogo aos seus sutiãs.... Mulheres, preparem-se para sentir o estômago embrulhar:














------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.
------------------------------------------------------------

21 março, 2012

Dexter ganha campanha transmídia no formato de um ARG



Para criar hype em torno da 5ª temporada de Dexter, a Showtime encomendou um ARG que fosse, nas palavras da empresa, "como uma espécie de leitura de férias para a geração Y".

O desafio caiu nas mãos de Howard Goldkrand da Modernista!, que criou um universo alternativo onde o resultado da história foi determinado pela própria audiência, que teve a oportunidade de perseguir um serial killer e atuar como justiceira tal qual o personagem de Dexter Morgan. Para tornar a ação ainda mais interessante, vários elementos do ARG foram posteriormente inseridos na série, e são reconhecidos somente pelos fãs que participaram do game.





O kick off se deu na San Diego Comic-Con, onde um "assassinato" foi simulado. A partir daí seguiram-se inúmeras pistas e enigmas, espalhadas tanto no mundo virtual (websites, perfis de redes sociais, vídeos) como real (anúncios em classificados, ligações telefônicas), as quais os participantes precisavam desvendar em conjunto para que novas fases fossem liberadas. Na perseguição ao "Infinity Killer", o grande vilão, os participantes contaram com a ajuda profissional da personagem Dee Pratt, uma ex-agente do FBI. Na opinião de Howard Goldkrand, o ARG de Dexter confirma a importância da narrativa transmídia para o futuro do marketing. Ao dar às pessoas um objetivo em comum e instrumentos para formar uma comunidade, ele acredita que um nível mais profundo de envolvimento e intimidade entre marca Dexter e fãs foi gerado.


Assista ao vídeo do case (atenção: pode conter cenas de violência)





         


------------------------------------------------------------
Interessado em marketing de experiência, segunda tela, engajamento de fãs e na aplicação da narrativa transmídia e do storytelling na comunicação de sua empresa? Então dá uma conferida no curso STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS da ESPM-Sul. Matrículas abertas.

------------------------------------------------------------

20 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 5 dias


"Mad Books"


Não é raro os personagens de Mad Men aparecerem lendo ou discutindo livros ou revistas. Às vezes trata-se apenas de um sutil comentário visual, uma breve cena que mostra alguém lendo uma obra culturalmente significante da época, a grande maioria best-sellers. E lá vamos nós para a tecla pause, rewind, pause again, tentando identificar o tal título, na esperança de que nos traga algum insight sobre a essência destes contraditórios personagens. Aqui está um apanhado de todos os livros que aparecem e/ou são mencionados na série:



DON DRAPER:
-Exodus - Leon Uris
-Meditations in an Emergency – de Frank O'Hara
-The Chrysanthemums and the Sword – de Ruth Benedict
-The Spy Who Came in from the Cold – de John le Carré

BETTY DRAPER:
-A Diamond as Big as the Ritz – de F Scott Fitzgerald
-The Best of Everything – de Rona Jaffee
-Ship of Fools – de Katherine Anne Porter

JOAN HOLLOWAY:
-Lady Chatterley’s Lover – de DH Lawrence

ROGER STERLING:
- Confessions of an Advertising Man - de David Ogilvy

PETER CAMPBELL:
-Revista Ebony

SALLY DRAPER:
-The History of Decline and Fall of the Roman Empire – de Edward Gibbon
-Nancy Drew: The Clue of the Black Keys - de Carolyn Keene

JOY (from California):
-The Sound and the Fury – de William Faulkner

JANE STERLING:
- Sterling Gold - "escrito" pelo próprio personagem Roger Sterling da série (e lançado também no "mundo real")

KATHERINE OLSON:
- The Agony and the Ecstasy - de Irving Stone

DRA. FAY:
- Games People Play - de Eric Berne

MRS. BLACKENSHIP:
- Bem... hmm... as palavras cruzadas no NYTimes...



Mais detalhes nas Mad Men Reading Lists da  New York Public Library e do Flavorwire.

19 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 6 dias


"Mad Men na mídia"

Nos EUA a mídia não se cansa de Mad Men. Um dos retornos mais esperados da TV americana, este mês a série e seus personagens ilustram as capas de revistas das mais variadas, desde a séria Newsweek até publicações menos densas como Entertainment Weekly, GQ e até mesmo o clássico TV Guide.





A propósito, a edição deste mês da Newsweek, “Welcome to 1965” (foto acima), foi toda feita utilizando o antigo design da revista na década de 60. Tudo homenageia a série e sua década, desde o logotipo na capa até o layout da edição. Até os anunciantes entraram na brincadeira e publicaram anúncios retrô. Entre eles estão: British Airways, Benneton, Tide, Mercedes-Benz, British Airways e Johnnie Walker (que usou o mesmo anúncio criado pela marca nos anos 60). 


Mais uma vez se confirma a tese de Frank Rose: os limites entre realidade e ficção estão desaparecendo em nome do entretenimento. E a revista já virou item de colecionador.


Veja todos os anúncios aqui.







18 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 7 dias


"Mad Men meets The Walking Dead"

ZOMBIES ARE BACK! Não, eu não confundi as séries. É que a AMC preparou um divertido promo para a 5a temporada de Mad Men fazendo referência à outra de suas séries, The Walking Dead. Muito bem AMC, promovendo dois shows com uma cajadada só.


Se não conseguir assistir ao vídeo, vá no link direto do SpoilerTV.

17 março, 2012

Cineasta dá dicas de storytelling


O premiadíssimo cineasta Andrew Stanton (Toy Story, WALL-E, Procurando Nemo) fala sobre as regras essenciais do bom storytelling. Uma das mais importantes, na minha opinião, é simples e direta: "MAKE ME CARE".

Gerentes de marca e produtores de conteúdo, assistam ao vídeo com carinho (as legendas em português estão em produção, por enquanto somente em inglês).





--------------------------------------------------------------------------------------------------
Interessado em storytellingO curso "STORYTELLING E TRANSMÍDIA PARA MARCAS" da Escola de Criação ESPM começa em maio em Porto Alegre. Mais detalhes aqui.

16 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 9 dias



Hoje homenageio a personagem de Sally Draper, filha de Don e Betty Draper, responsável por um dos arcos mais interessantes na trama da última temporada. A postagem abaixo é de novembro de 2010.
"Sally Draper, zen master"


Glen: What happens when you die? Nothing?
Sally: It doesn’t really bother me except for it’s forever. When I think about forever I get upset... Like the
Land O’Lakes Butter, that has the picture of that Indian girl holding a box, that has a picture of her on it, holding a box with a picture of her on it holding a box, and it goes on and on…

(Mad Men, temporada 4, episódio 12)


Sally Draper é sem dúvida um dos personagens revelação de Mad Men, e atuação da atriz-mirim Kiernan Shipka merece crédito. É da boca dessa garota de 10 anos, sufocada por uma mãe que não a compreende e um pai que não tem tempo para ela, que saem alguns dos comentários mais lúcidos e ao mesmo tempo sutis da 4ª temporada da série. Como o insight descrito acima.

Parte da primeira geração a crescer em frente à TV, Sally referencia-se na mitologia pop para ilustrar conceitos como os de mortalidade e de eternidade. Sua idéia de infinito não vem de um conto infantil, nem de uma fábula (O Vento Norte e o Sol, de Esopo, é citada por um adulto no episodio seguinte)Nada disso. A referência que Sally usa vem da propaganda, mais especificamente da embalagem de uma marca de manteiga (real, diga-se de passagem, o que mostra o brilhante trabalho de pesquisa dos roteiristas). A embalagem da Land O’Lakes Butter remete à ideia de bonecas russas, à noção de infinito, e talvez ao próprio jogo de espelhos da publicidade, ganha pão de seu pai.

Crescendo em meio aos turbulentos anos 60, Sally já tem os olhos atentos para o psicodélico. Não fica difícil imaginá-la daqui a alguns anos 
cantarolando Aquarius, com flores no cabelo e bata indiana, e rejeitando o status quo que seu pai ajudou a perpetuar. Go Sally go.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...