27 janeiro, 2013

Cresce demanda por conteúdo televisivo nacional

A lei 12.485 - vigente há 4 meses - criada para estimular a produção de TV nacional, já vem mostrando seu efeito sobre a demanda para conteúdo. E como mostra o gráfico, não foi só o acesso à TV por assinatura que cresceu no Brasil nos últimos tempos. O número de produtoras também. Leia mais no artigo de 08/01/2013 da Folha de São Paulo.

Fica a pergunta: e o número de cursos universitários especializados em TV, quando vai crescer? O artigo do IG Economia questiona justamente isso. Vamos torcer para que o Rio Content Market 2013, que acontece agora em fevereiro, aqueça esta discussão.






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26 janeiro, 2013

Consumo de conteúdo em múltiplas telas - Infográfico

A Uberflip preparou um infográfico esclarecedor sobre as relações entre multitasking, múltiplas telas, TV social e consumo de conteúdo, assim como as implicações que estas mudanças comportamentais trazem para a publicidade.

Afinal, as chances de você estar lendo este post no seu smartphone ou tablet são grandes não é mesmo? E a TV, está ligada? Então é bem provável que você esteja alternando seu olhar entre estas palavras que lê agora e outra tela em algum lugar do quarto/sala/escritório no qual você está neste momento. Bem vindo à era do multi-screen content consumption (literalmente: consumo de conteúdo em múltiplas telas).




Fontes: Google, IAB, Nielsen, eConsultancy e ComScore. Para baixar o infográfico completo clique aqui.



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22 janeiro, 2013

Jenkins fala sobre "virais", web 2.0 e produção de fãs


Esta é uma deliciosa entrevista em duas partes com o mestre Henry Jenkins, realizada por ninguém menos que Frank Rose (quem foi meu aluno já está cansado de ouvir sobre os dois autores). 

Nela, Jenkins fala sobre como a utilização errada da expressão "fazer um viral" pode ser prejudicial à essência da cultura participativa, e revela alguns dos principais argumentos levantados em sua mais nova publicação, Spreadable Media: Creating Value and Meaning in a Networked Culture (cuja autoria divide com Sam Ford e Joshua Green).

Leia as duas partes da entrevista na sua íntegra (e em inglês) aqui e aquiAbaixo, compartilho alguns highlights:



“A expressão ‘fazer um viral’ presume uma falsa ideia de controle em uma época em que as organizações possuem cada vez menos domínio sobre como seu conteúdo circula em uma cultura convergente.”

“Vamos começar fazendo uma distinção ente cultura participativa e web 2.0. A atual cultura da participação é resultado de uma extensa luta das comunidades para garantir maior poder de influência sobre decisões que impactam suas vidas. Já a web 2.0 é um modelo de negócios que busca captar esta essência e tirar proveito do desejo de participar do público. (...) Muito do que inicialmente se escreveu sobre web 2.0 pressupõe um mundo onde os interesses das empresas e dos que usam seus serviços estão perfeitamente alinhados. Entretanto, nos últimos cinco ou seis anos, toda grande organização se viu no centro de alguma controvérsia à medida que seus usuários se rebelaram contra aspectos de seus termos de serviço (incluindo disputas sobre censura, copyright, violação de privacidade, data mining e práticas publicitárias).”

“Não tenho certeza se posso oferecer uma solução concreta ou um modelo que funcione melhor – até porque a solução provavelmente não será do tipo ‘um tamanho serve para todos’ – mas espero que o livro encoraje um processo de comunicação mais ativa entre empresas e as comunidades as quais desejam servir.”


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13 janeiro, 2013

LIVE FROM NEW YORK: É O SNL E A FOTOGRAFIA DE MARY ELLEN MATTHEW


Ela tem trabalho garantido. Toda semana. Há anos. E é daqueles de dar inveja: fotografar celebridades das formas mais inusitadas e divertidas para o clássico programa de comédia Saturday Night Live, da NBC (transmitido pela  Sony no Brasil). 

As fotos de Mary Ellen Matthew , que aparecem antes e depois de cada intervalo comercial, já viraram marca registrada do programa semanal. Em 2010 ela ganhou até uma exposição chamada Live From New York: A Decade of Portraits”, que fazia uma retrospectiva do seu trabalho nos últimos dez anos de SNL. Confira abaixo algumas das minhas favoritas. Para ver mais visite o site da NBC.

Tina Fey

Zooey Deschanel

Jon Hamm

Hugh Laurie

Emma Stone

Anne Hathaway

Jude Law

Helen Mirren

Steve Buscemi

Bradley Cooper

Daniel Craig

Bryan Cranston



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10 janeiro, 2013

Mulheres reais fictícias


Mesmo sendo de 2005, esta vale a pena revisitar: a campanha criada pela Ogilvy Chicago para a marca Dove.

Modelos, celebridades e padrões de beleza vêm e vão. Mas personagens como Wilma, Marge e Velma são ícones da cultura pop há varias décadas, e por isso seu apelo é universal e atemporal. Mulheres reais não querem ser comparadas a modelos de beleza inatingíveis. Por isso estas personagens, apesar de pertencerem a um universo fictício, acabam sendo mais “reais” do que as modelos que vemos nas revistas. Umas são mães de família, outras desvendam mistérios. Mas o que todas têm em comum é o fato de que nem sempre dispõem de tempo livre para dar um trato nas madeixas. Exatamente como muitas de nós. E é aí que Dove dá uma mãozinha.




Curiosidade: Muitos críticos comentaram na época que, apesar de todo o discurso “mulher real” da marca, se compararmos cuidadosamente os looks “antes” e “depois”, Dove parece ter tido um efeito reparador não apenas nos cabelos mas também no tamanho do busto das moças.


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09 janeiro, 2013

Storytelling, fãs e as fronteiras entre produtor e consumidor de conteúdo

(Artigo publicado originalmente no Blog da Escola de Criação ESPM em 12/12/2011)


A temática dos fãs, e de sua passional relação com certas histórias e personagens, sempre me fascinou. O que leva uma pessoa a vestir-se de super-herói e participar de uma Comic-Con? Ou a decorar a língua dos Klingon de Star Trek? Ou tatuar a imagem de Lara Croft, a heroína do jogo Tomb Raider? Ou pagar milhares de dólares no eBay pela bolsa usada por Carrie Bradshaw em um episódio de Sex and the City? Que paixão é essa que faz com que uma pessoa adulta (sim, porque diferente do que se pensa este comportamento não se resume só a adolescentes) invista tempo e dinheiro em colecionar, estudar (no caso dos acafans) e criar conteúdo relacionado ao seu objeto de adoração? 

O elemento comum entre os exemplos citados acima é que são todos provenientes de histórias, sejam elas de filmes, séries, quadrinhos ou games. Estas histórias são, para os fãs mais ávidos, quase uma forma de autodefinição, uma experiência quase religiosa. Por que então não explorar este mesmo elemento na comunicação de uma marca, para gerar literalmente um exército de fãs?

Com exceção de pouquíssimas marcas que conseguem gerar de forma quase espontânea este tipo de envolvimento (Apple e Harley Davidson vêm à mente), o desafio de gerar fanatismo em torno de uma marca é, para um departamento de marketing, o equivalente a chegar ao topo do Monte Everest. Mas surgiram mudanças fundamentais nos últimos anos que podem facilitar – e muito – esta escalada.

“Vamos parar de fazer marketing e vamos contar histórias. Mesmo que isso pareça loucura, precisamos colocar a emoção em primeiro lugar, e a marca em segundo (ou até mesmo em terceiro).” David Martin, na Forbes

Uma delas é a convergência, tanto midiática como cultural, que permite a criação de portais de interação com consumidores, e que podem ser acessados a qualquer momento e de qualquer lugar do planeta. Outra é a possibilidade de explorar a narrativa transmídia na comunicação com o público, gerando participação, imersão e um envolvimento bem maior. E no meio disto tudo, o bom e velho storytelling, que existe desde os tempos das cavernas, ganha força novamente. Embora não seja uma ferramenta nova, ela hoje se torna mais viável tanto para grandes como para pequenas marcas. E com ela não só a possibilidade de contar histórias, mas de criá-las em conjunto com o público, que é levado a mergulhar no universo da marca da mesma forma que mergulha nos seus filmes, séries, quadrinhos e games favoritos. A tal subida ao Everest, afinal, talvez não seja mais tão íngreme.

“Aceite o fato: você não e dono da sua marca, mas sim seus consumidores. E eles são capazes de gerar mais conteúdo do que você jamais conseguiria.” Joe Tripodi, CMO da Coca-Cola, na Harvard Business Review

O poder de uma comunidade de fãs não pode ser subestimado. Algumas empresas têm aprendido esta lição a duros custos. Houve um tempo em que a Mattel não hesitava em processar os aficionados que produziam versões temáticas não oficiais da boneca Barbie. Hoje ela tolera – ao mesmo tempo em que supervisiona – a prática. Da mesma forma, cansada de correr atrás de “infratores” que criavam cartazes, camisetas e outros produtos da franquia Lost, a ABC decidiu comercializá-los dentro da sua própria loja online, estrategicamente marcados com o selo fan made (o que desvia a atenção do comercialismo e age como um certificado de autenticidade de que a peça foi feita com carinho por alguém que divide com o consumidor a mesma paixão.


Talvez um dos casos mais interessantes dos últimos anos seja o da AMC. Ao ameaçar os fãs que em 2008 começaram a tuitar em nome dos personagens da série Mad Men, os advogados da emissora não contavam com o poder desta comunidade, que ficou ultrajada e deu início a uma extensa polêmica A cultura da convergência vem transformando narrativas (sejam elas de filmes, séries ou de mensagens publicitárias) em convites para imergir. Frank Rose e Henry Jenkins afirmam que à medida que as linhas entre real e imaginário se confundem na atual cultura, produtores de conteúdo são obrigados a adaptar suas estratégias de marketing para o novo ambiente midiático, no qual a mídia corporativa e a mídia alternativa se cruzam, e os produtores e consumidores de conteúdo se confundem.

“Fan fiction. Brand hijacking. Violação de copyright. Dedicação pura. Chamem como quiserem, nós chamamos de extinção das fronteiras entre produtores e consumidores de conteúdo. Somos seus fãs, seus defensores até o fim. Quando suas séries são canceladas, somos nós os primeiros a fazer abaixo-assinados. Falem conosco. Sejam nossos amigos. Envolva-nos. Mas por favor, não nos trate como criminosos.” Bud Caddell, da digital think-tank Undercurrent

Joe Tripodi, CMO e CCO da Coca-Cola, alega que a empresa está hoje tão interessada nas impressões como nas “expressões” dos consumidores. Ele recomenda que quando os consumidores se apropriam de uma marca, os departamentos jurídicos e de marketing devem aprender a não interferir. Ao invés disso, precisam aceitar e trabalhar em colaboração com o coletivo, tornando-se portanto facilitadores, e não controladores.

“A rebelião dos consumidores começou. Eles tomaram dos profissionais de marketing o poder de definir a imagem das marcas. E à medida que ganham ownership da marca, sua lealdade cresce.” Richard Meyer, na Social Media Today




Ao se deparar com este desafio, a AMC aprendeu, após alguns contratempos, a não superestimar o controle sobre seu conteúdo, e acabou não apenas permitindo que os fãs se apropriassem da marca, mas também terminou por englobar a criação de universos paralelos à sua própria estratégia de marketing, com a bem sucedida campanha Mad Men Yourself (leia mais sobre o case em meu artigo na Revista GEMInIS da UFSCar).

Os fãs sempre produziram conteúdo, mas com a convergência midiática eles têm à sua disposição um ferramental sem precedentes para compartilhar sua produção. O novo fã já não grava mais programas apenas para si, ele legenda e disponibiliza o episódio para download. Ele constrói enciclopédias temáticas colaborativas, os wikis, com outros fãs online. No Twitter, a fan fiction tem não só uma nova plataforma, mas uma nova categoria: o twittertainment. No YouTube, os fan videos têm um novo canal de distribuição simplificado e democrático. A fan art produzida hoje pode ser exibida online, e vendida, legalmente ou não, em sites como o eBay ou Etsy. O novo fã é participante, e aí reside a grande oportunidade. Cabe à empresa criar e gerenciar múltiplos portais de entrada para o universo da marca, e convidá-lo a entrar e co-criar. Ele retribuirá com lealdade. E compartilhamentos. O risco em não fazê-lo? O conteúdo provavelmente será criado e compartilhado de qualquer forma, e você vai ficar de fora olhando.



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08 janeiro, 2013

TV SOCIAL BATE RECORDE EM 2012

Reproduzo aqui meu artigo originalmente publicado no blog da Escola de Criação ESPM Sul.


A BlueFin Labs (que já mencionei aqui e aqui) acaba de divulgar um relatório com dados interessantíssimos sobre a TV social nos EUA durante o ano de 2012. Embora os números divulgados sejam genéricos, a empresa fornece relatórios com dados demográficos mais detalhados mediante o pagamento de uma taxa.

Em tempos de tecnologias que permitem que o público assista ao que quiser e quando quiser, como Net HD, Net Now, iTunes, Netflix e downloads ilegais, estimular a audiência a assistir TV em tempo real - e a comentar sobre o programa e seus anunciantes - pode ser a grande saída para a publicidade televisiva tradicional (leia mais sobre o papel da TV social no marketing mix aqui). Nesta segunda-feira dia 14, por exemplo, a CBS (canal aberto americano) realizará uma ação estilo “você decide” durante a exibição de Hawaii Five-0. Ao tuitar as hashtags #TheBoss, #TheStudent ou #TheTA, o público poderá decidir em tempo real quem será o culpado no final do episódio. E os anunciantes daquele horário saberão que, enquanto participa, o público está também sendo atingido pela sua mensagem (sobretudo se souberem tirar proveito do evento com uma ação especial customizada).

Como ainda existem poucas emissoras e marcas tirando real proveito do potencial da TV social no Brasil (Universal e HBO são as exceções), vamos aprendendo por enquanto com a experiência do mercado norte-americano no ano que passou:


    - Foram gerados 874 milhões de comentários sobre programas de TV e sobre comerciais de TV nas redes sociais (um crescimento impressionante de 363% em relação a 2011).

    - O show mais tuitado da TV aberta foi The X Factor (78% dos tuites foram de mulheres). Em segundo e terceiro vieram Glee e American Idol.

    - O mais tuitado da TV a cabo foi Love & Hip Hop: Atlanta (a maioria dos tuites também de vieram de mulheres). Em segundo e terceiro vieram The Walking Dead e Pretty Little Liars.

    - Outro ponto interessante são as correlações entre o comportamento de compra e o tipo de programas de TV sobre os quais consumidores tuitam. De acordo com os dados, quem consome comida orgânica tuitou mais sobre programas como The Ellen Degeneres Show e Mad Men. Já quem frequenta salas de cinema tende a tuitar mais sobre séries como Doctor Who e Friends.

    - Um dos eventos televisivos de maior repercussão, o Super Bowl, gerou mais de 12 milhões de comentários nas redes. Já os comerciais veiculados no seu intervalo (um dos mais caros do mercado americano) bateram o recorde de mais de 1 milhão de comentários.  Entre os anunciantes, destacaram-se as marcas H&M, com um comercial que mostrava o jogador David Beckham seminu, e Chrysler, que veiculou um comercial com o ator Clint Eastwood (este vestido, ainda bem…)



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04 janeiro, 2013

Blink to the Future


O "Blink to the Future" é um video mashup genial onde o universos de Back to the Future e Doctor Who se encontram. Criado pelo ótimo James Farr. Mais posts sobre fan art e produção de fãs aqui e aqui.




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