(Artigo publicado originalmente no Blog da Escola de Criação da ESPM Sul)
Hoje é um dia histórico. Ao menos para quem pesquisa
comunicação e mídia. Chega ao fim Avenida Brasil, que
entra para a história da TV brasileira como a novela de maior sucesso na
Internet. A chamada “novela 2.0” foi muito além do tradicional de “sucesso de
audiência”, tornando-se um “sucesso de engajamento”. Mas onde entra o Ibope nisso
tudo? O Ibope segue medindo a audiência, como faz desde os tempos em que a Janete Clair assassinou o Salomão Ayala e o Manuel Carlos juntou o Quinzinho e o João
Victor. Ou seja: há décadas atrás. Entretanto, tentar
comparar a audiência do último capítulo que irá ao ar hoje com o de uma novela
de dez anos atrás é o equivalente a comparar a Lady Gaga com a Doris Day.
Tratam-se de produtos de ambientes midiáticos completamente diferentes.
A sala de estar hoje é virtual, onde o público reage - e
interage - em tempo real através da segunda tela do smartphone, tablet ou
laptop, e onde comentários do tipo “Essa Carminha é doida”, que se diria à
pessoa sentada ao lado, se transformam em #oioioi #EssaCarminhaÉDoida nas redes
sociais, que incluem também Tumblrs hilários como Nina das Entocas (imagem acima) e Love Carminha, perfis no Twitter como
@MalditaDaRita e @Gato_Genesio (o gato branco de
porcelana que enfeita a mansão do Divino) e vídeo mashups
como o Funk
Me Serve.
Para medir o hype e a quantidade de conteúdo
produzido pelos fãs, são necessárias métricas
especificas que levam em conta os milhares de hashtags, avatares, GIFs, memes
e comentários que não entram na contabilização dos índices de audiência, mas
que são um termômetro eficiente para medir a popularidade de um tema na atual
cultura da convergência.
Com Avenida Brasil, a TV
social provou que chegou no país para ficar (vejas números no Brasil
e no mundo).
Fenômeno que há muito já se destacando entre fãs de séries, a TV social
encontrou aqui um público ávido por participação, principalmente em um momento
em que a classe C está cada vez mais conectada. De olho neste mercado, até o Hipermercado
Extra e a Vivo pegaram uma carona, o que no caso da operadora acabou em
polêmica devido ao uso do personagem
Tufão sem autorização da Globo.
Fica meu parabéns para o público brasileiro, pelo bom humor e
criatividade, por criar avatares
congelados sem ajuda de nenhum aplicativo, por ter divulgado a novela com
mais competência que uma campanha publicitária milionária, e por tornar a
narrativa online às vezes mais interessante que a própria trama. Não estenderei
porém o parabéns à Globo, que na minha opinião não
soube explorar o imenso potencial de TV social de Avenida Brasil. Mas quero acreditar que a lição foi aprendida para
as próximas. E se não foi, #aculpaNÃOédaRita.
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