O solo mais fértil
para a teledramaturgia de qualidade – em especial thrillers psicológicos - não
é mais o americano nem o britânico. É a península escandinava. Os ingleses já
sabem disso, e retransmitem sua grande maioria, sempre com sucesso de público e
crítica. Os remakes também têm rendido bons frutos, como é o caso de The Killing e Wallander
(com elenco do calibre de Kenneth Branagh), além de outros que já se encontram em
fase de produção.
O fenômeno do “nordic-noir”
não é tão novo. Nos anos 90 a bizarra minissérie The
Kingdom, escrita e
dirigida por ninguém menos
do que Lars von
Trier, impressionou
audiências ao redor do mundo ao mesclar a estética crua do Dogma 95 com fenômenos
sobrenaturais e suspense.
Sofia Helin na versão escandinava de The Bridge |
Mas meu argumento
baseia-se especialmente em dramas recentes. O primeiro é The
Bridge, uma série policial sueco-dinamarquesa que gira em torno de vários assassinatos e de uma
detetive com síndrome de
asperger. O canal FX Brasil recentemente transmitiu o remake americano, com Diane Kruger no papel da brilhante policial, mas a atuação da sueca Sofia
Helin é absolutamente impecável e, na minha opinião, muito melhor. A versão original pode ser assistida gratuitamente
no Now ou no site Muu.
O segundo caso é a
série sueca Real Humans,
que no Brasil já passou no canal pago Max. Classificá-la puramente como ficção cientifica seria simplista
demais. Este belo – e amargo – drama é um tratado sobre a raça humana, sobre dignidade
e solidão, que em momentos lembra a ternura de O Homem Bicentenário e em
outros a crueldade de A. I. Inteligência
Artificial. A história se passa num futuro próximo, onde os hubots (ou human-robots, como são chamados) estão à venda
tanto para serviços domésticos como para prostituição. Mas quando os humanos
começam a perder seus empregos e até suas esposas, a coisa muda de figura.
Psiquiatras passam a tratar casos de atração por androides, advogados questionam a
legislação, e grupos terroristas se formam para defender a raça humana. Numa
alusão à escravidão, as máquinas também se rebelam e passam a lutar pela
liberdade e aceitação social.
Se tiver oportunidade, não deixe
de assistir a estas duas joias nórdicas que
conseguem passear tão sutilmente entre o sombrio e o encantador.
3 comentários:
Que legal Sheron, de vez em quando eu tento ver coisas diferentes e nessas horas não há internet que ajude arrumar legenda rs. Vi outro dia a chamada de Real Humans e me interessou principalmente pela expressão dos robôs. The Bridge eu não conhecia mas já me cadastrei no Muu tbm. Obrigado pelas dicas :)
Puxa que legal o seu input Edu! Fico feliz de poder ajudar. Esta é exatamente a ideia do blog! :-)
Vendi-o, tente ver que se trata de Real humans... ótimo post
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