11 novembro, 2011

Apps de segunda tela e Social TV



Reproduzo aqui meu primeiro artigo para o Televisual publicado em 01/11/11.

A Internet afinal não matou a televisão, independente do que foi precipitadamente profetizado por alguns críticos afoitos. Esse é justamente o problema com previsões. Na atual era transmidiática, neste novo ecossistema de conectividade no qual estamos inevitavelmente inseridos, somos ainda tão verdes quanto éramos na década de 60, quando a TV começou a invadir os lares e transformar hábitos. Por isso é recomendável limitar-se, ao menos por enquanto, a apenas opiniões informadas, evitando declarações categóricas. O importante é ficar atento às mudanças, que não serão poucas. E neste caso me dou ao luxo de ser bem categórica.

A TV e a web têm mostrado até agora que, a partir do momento que atuam em conjunto, abre-se um imenso leque de oportunidades tanto para anunciantes como para produtores e consumidores de conteúdo. De fato, como defende Frank Rose, as linhas divisórias entre produtores/consumidores, conteúdo/marketing e ficção/realidade estão desaparecendo.

Um dos exemplos desta colaboração entre as plataformas é a TV Social. Listada pelo MIT Technology Review como uma das “Top 10” tendências para 2011, tem sido objeto de discussão entre os especialistas em tecnologia, marketing e publicidade.




Da mesma forma, a TV Conectada e a TV Everywhere se destacam no mercado atual. Mas afinal o que é tudo isso? Com base em artigos dos especialistas Elspeth Rountree e Nick Demartino, aqui vai uma tentativa de esclarecer estas novas tendências:

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TV Social
O que é: Refere-se ao aspecto comportamental da nova audiência, que assiste TV ao mesmo tempo em que compartilha suas opiniões com comunidades de amigos online. Leia mais aqui e aqui.
Como funciona: Este compartilhamento se dá tanto via redes sociais como Twitter e Facebook, assim como através apps especialmente desenvolvidos para plataformas móveis. O mercado de apps é bastante competitivo, e embora GetGlue seja o mais popular no Brasil, existem vários similares como Miso e Yap.TV. Estes apps permitem que os usuários não apenas divulguem os programas que estão assistindo (fazendo check-in, exatamente como um “FourSquare televisivo”), mas também troquem idéias com outros fãs e sejam recompensados com adesivos e emblemas (ver imagem) pelo seu nível de dedicação. O Tunerfish faz o mesmo, mas inclui também webséries. IntoNow é um app que reconhece qualquer conteúdo passando na TV através do sinal de áudio, semelhante ao que o Shazam faz com música. E o SnappyTV (exclusivo para iPhone, por enquanto somente disponível para alguns territórios) permite que, ao assistir um programa, o espectador clique em uma cena e a compartilhe via Twitter ou Facebook.

TV Conectada
O que é: É, literalmente, a TV conectada a Internet.
Como funciona: O conteúdo é acessado diretamente, sem precisar dos intermediários (neste caso os canais de TV). A conexão pode ser feita através do próprio aparelho de TV, além de Blu-Ray ou consoles de game como Xbox 360/Live. Marcas como SamsungSony e LG já produzem modelos que podem ser conectados a Internet. O conteúdo pode ser acessado via video on demand (VOD) como Netflix,Hulu, YouTube e Amazon, além dos serviços oferecidos pela AppleYahoo e Google.

TV Everywhere
O que é: A TV em toda parte, em todo lugar.
Como funciona: O conteúdo televisivo pode ser acessado de qualquer lugar, seja através de mídias móveis como tablets ou celulares ou computadores de mesa. O Reino Unido foi um dos pioneiros neste serviço, e hoje os programas da BBCITV eChannel Four ficam disponíveis durante uma semana online (somente se acessados através de um endereço IP britânico). Nos EUA canais como a Warner, CNN e HBO também já disponibilizam o serviço. No Brasil foi recentemente lançado o MUU, que oferece aos assinantes da NET acesso online a 1.400 horas de conteúdo da Globosat.
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Junto com este arsenal tecnológico vêm também, é claro, novas oportunidades de promoção, patrocínio e publicidade para anunciantes. Marcas como Mercedes Benz(que patrocinou a transmissão do Oscar nos EUA) e Gap já estão experimentando com o universo dos adesivos do GetGlue, que estão virando mania. É possível ganhar, por exemplo, adesivos que dão 40% de desconto nas lojas Gap, ao fazer check-in em um dos programas patrocinados pela marca.


Independente do que possamos estimar sobre o futuro da televisão, somente o tempo irá dizer o que é modismo e o que realmente veio para ficar. Mas talvez (destaque para o “talvez”) possamos arriscar dizer que a questão comportamental é a que mais merece a atenção dos marketeiros. Pois, independente dos apps, serviços, aparelhos e modismos, vale ficar de olho NO QUE a audiência está compartilhando e em COMO ela está se relacionando com o conteúdo que decide compartilhar. E para isso estão surgindo novas métricas que irão deixar os tão cobiçados níveis da audiência literalmente no século passado. Mas isso já é assunto para outro artigo.



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