16 março, 2012

Contagem Regressiva Mad Men: 9 dias



Hoje homenageio a personagem de Sally Draper, filha de Don e Betty Draper, responsável por um dos arcos mais interessantes na trama da última temporada. A postagem abaixo é de novembro de 2010.
"Sally Draper, zen master"


Glen: What happens when you die? Nothing?
Sally: It doesn’t really bother me except for it’s forever. When I think about forever I get upset... Like the
Land O’Lakes Butter, that has the picture of that Indian girl holding a box, that has a picture of her on it, holding a box with a picture of her on it holding a box, and it goes on and on…

(Mad Men, temporada 4, episódio 12)


Sally Draper é sem dúvida um dos personagens revelação de Mad Men, e atuação da atriz-mirim Kiernan Shipka merece crédito. É da boca dessa garota de 10 anos, sufocada por uma mãe que não a compreende e um pai que não tem tempo para ela, que saem alguns dos comentários mais lúcidos e ao mesmo tempo sutis da 4ª temporada da série. Como o insight descrito acima.

Parte da primeira geração a crescer em frente à TV, Sally referencia-se na mitologia pop para ilustrar conceitos como os de mortalidade e de eternidade. Sua idéia de infinito não vem de um conto infantil, nem de uma fábula (O Vento Norte e o Sol, de Esopo, é citada por um adulto no episodio seguinte)Nada disso. A referência que Sally usa vem da propaganda, mais especificamente da embalagem de uma marca de manteiga (real, diga-se de passagem, o que mostra o brilhante trabalho de pesquisa dos roteiristas). A embalagem da Land O’Lakes Butter remete à ideia de bonecas russas, à noção de infinito, e talvez ao próprio jogo de espelhos da publicidade, ganha pão de seu pai.

Crescendo em meio aos turbulentos anos 60, Sally já tem os olhos atentos para o psicodélico. Não fica difícil imaginá-la daqui a alguns anos 
cantarolando Aquarius, com flores no cabelo e bata indiana, e rejeitando o status quo que seu pai ajudou a perpetuar. Go Sally go.



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