05 março, 2012

NETFLIX: Produção de séries próprias pode ameaçar a HBO?



Inicialmente baseada na distribuição de filmes, a Netflix nos EUA está transferindo o foco de seu negócio para as séries de TV. O serviço de VOD (Video On Demand), que chegou este ano ao Brasil, está disponível em 1 entre cada 4 domicílios americanos com banda larga (um total de 21.7 milhões de assinantes).

Ano passado a proporção da demanda de conteúdo destes assinantes foi de 60% séries e 40% filmes. Este ano, embora ainda não possua os números finais, a empresa arrisca que a proporção será de 80% contra 20%. De olho no mercado das séries - que seus executivos chamam de “filmes de 26 horas” - a Netflix acaba de adquirir as temporadas completas de Mad MenBreaking Bad e Lost.

Mas a nova estratégia não pára por aí. Investindo também no desenvolvimento de conteúdo próprio, a empresa planeja a estreia da série original House of Cards este ano, e um revival da saudosa Arrested Development ano que vem. House of Cards é um thriller político baseado na cultuada série britânica de mesmo nome. A nova versão terá ninguém menos do que Kevin Spacey como protagonista e David Fincher (MilleniumA Rede Social) na direção.


Todas essas mudanças têm gerado especulações no mercado americano de que Netflix estaria se tornando a nova HBO. Com certeza a empresa de streaming está muito distante dos parâmetros de qualidade de um Game of Thrones, por exemplo. Mas os nomes de peso que conseguiu reunir para seu primeiro projeto deixam claro que se trata de uma estratégia bastante ambiciosa. E o que diferencia a Netflix da TV aberta – e por isso a inevitável comparação com a HBO e Showtime – é a sua forma de negócio: sem anunciantes, apenas assinantes.

Recentemente na Conferência “What is Television?”, organizada pela Universidade de Oregon, EUA, o produtor Lloyd Segan gerou polêmica ao defender que a Netflix tem a seu favor o fato de que não depende de intermediários (os MSOs, ou operadoras de cabo), e pode se dar ao luxo de desenvolver uma relação bem mais direta com a audiência.









Este formato pode garantir uma maior liberdade de experimentação assim como uma maior participação dos (e interação com) os consumidores. A verdade é que jamais na história a audiência teve tamanho poder de agenciamento como hoje, o que vem causando certa dor de cabeça não só nas emissoras de TV mas em toda a indústria do entretenimento. É esperar para ver de quem será o próximo movimento.


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