... NO BRASIL: TV Mulher comemorava um ano (em abril de 1981). O programa ficaria no ar na Rede Globo até 1986. TV Mulher é relevante por:
- ser um programa inovador para a época, voltado para a mulher moderna, com quatro horas diárias (quase que integralmente) ao vivo.
-abordar temas como comportamento sexual e os direitos da mulher pela primeira vez na televisão brasileira. Nas palavras de Maria Helena Dutra, do Jornal do Brasil, Marta Suplicy discutia sexo “sem sensacionalismos baratos ou morais rígidas, e atingiu o difícil equilíbrio de ser principalmente didática e esclarecer um assunto no qual a maioria dominante da população brasileira é totalmente analfabeta”.
-abordar temas como comportamento sexual e os direitos da mulher pela primeira vez na televisão brasileira. Nas palavras de Maria Helena Dutra, do Jornal do Brasil, Marta Suplicy discutia sexo “sem sensacionalismos baratos ou morais rígidas, e atingiu o difícil equilíbrio de ser principalmente didática e esclarecer um assunto no qual a maioria dominante da população brasileira é totalmente analfabeta”.
- reunir nomes de peso como Marília Gabriela, o costureiro Clodovil, Marta Suplicy e o cartunista Henfil num mesmo programa, além de Rita Lee cantando a icônica música de abertura.
- imortalizar Elis Regina junto com a filha Maria Rita numa entrevista à Marília Gabriela, em que a cantora defende a importância do respeito ao meio-ambiente e a importância da criação de um Partido Verde no Brasil.
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... NO REINO UNIDO: A minissérie Retorno a Brideshead (Brideshead Revisited), ambientada na Oxford dos anos 20 e baseada no romance de Evelyn Waugh, estreava (em outubro de 1981) no canal aberto ITV, transformando-se num estrondoso sucesso de público e alterando para sempre os padrões de qualidade da TV britânica. Em 2008 foi feita uma versão para o cinema, extensamente criticada pelos mesmos puristas que rejeitaram a versão cinematográfica da igualmente reverenciada minissérie de TV Orgulho e Preconceito.
Retorno a Brideshead é relevante por:
- ter recebido inúmeros prêmios e estar na lista dos 100 melhores programas de televisão do Reino Unido.
- explorar o tema da divisão de classes na sociedade britânica, além dos tabus sexuais da época e do declínio do império inglês.
- ter um grande impacto na moda masculina dos anos 80, popularizando os ternos de linho, o relógio de bolso, os suéteres de críquete, os coletes e as estampas tweed, estilo explorado por designers como Ralph Lauren e Marc Jacobs. Além disso, o excêntrico aristocrata Sebastian Flyte (Anthony Andrews) carrega sempre consigo seu ursinho de pelúcia Aloysius, o que na época foi imitado por estudantes na Inglaterra e EUA, ressurgindo em 2005 na coleção de Marc Jacobs para a Louis Vuitton.
- trazer o incomparável Sir Laurence Olivier no papel do patriarca Lord Marchmain, e o até então pouco conhecido ator Jeremy Irons, no papel do jovem de classe média Charles Ryder, que se torna o melhor amigo de Sebastian.
- ser até hoje erroneamente creditada à BBC, inclusive por renomados críticos e autores, devido à forte franquia que a rede pública britânica estabeleceu para dramas de época e adaptações de clássicos literários.
Assista ao documentário da ITV3 sobre o drama aqui.
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- ser até hoje erroneamente creditada à BBC, inclusive por renomados críticos e autores, devido à forte franquia que a rede pública britânica estabeleceu para dramas de época e adaptações de clássicos literários.
Assista ao documentário da ITV3 sobre o drama aqui.
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... NOS EUA: Estreava Dinastia (Dynasty), no dia 12 Janeiro de 1981. Dinastia foi a resposta da rede americana ABC ao sucesso de Dallas, que havia estreado em 1978 na CBS. Com uma fórmula bem semelhante à concorrente (dinheiro e intrigas em família), mas beirando o trash, a novela trazia a saga dos Carrington, e acabou se transformando num ícone do materialismo dos anos 1980 nos EUA.
Mesmo com o toque de Midas do celebrado produtor Aaron Spelling (de As Panteras, A Ilha da Fantasia, SWAT e Casal 20), Dinastia só fez sucesso na segunda temporada, após a entrada da maquiavélica Alexis Carrington (Joan Collins), apelidada de J.R. Ewing de saias, ex-mulher de Blake Carrington (John Forsythe, a voz de Charlie no seriado As Panteras). Destaque também para a então desconhecida Heather Locklear (de Melrose Place), interpretando a jovem Sammy Jo, que casa com o sexualmente confuso Steven Carrington (Al Corley).
Transmitida no Brasil pela Record, e depois pela Bandeirantes, nunca chegou a ter o mesmo sucesso que teve no seu país de origem. Mesmo assim Dinastia é relevante por:
- trazer o primeiro personagem homossexual no horário nobre da conservadora TV aberta americana. O crítico Stephen Tropiano argumenta que, devido à pressão de religiosos e da interferência do departamento de Standards and Practices da ABC, o personagem acabou “heterossexualizado” e nunca atingiu seu potencial.
- contar com a participação de Rock Hudson, que fez par romântico com Linda Evans. Após a notícia de que o ator estaria infectado com o vírus do HIV, houve muita especulação na imprensa quanto à possibilidade da atriz ter contraído a doença pelo fato de tê-lo beijado na boca.
- popularizar a moda das ombreiras nos anos 80, através dos personagens de Joan Collins e Linda Evans. Na verdade a influência do programa vai além das ombreiras, com o lançamento em 1985 de uma linha própria de roupas, bijuterias, maquiagem, toalhas, lençóis e perfumes.
- ser considerada para uma versão cinematográfica, uma espécie de prequel, que mostraria os personagens Alexis e Blake Carrington nos anos 60 (pegando uma carona na onda Mad Men e a atual obsessão americana com os "anos Kennedy").
Em tempo: o que estaremos escrevendo em 2041 a respeito da TV de 30 anos atrás?
Em tempo: o que estaremos escrevendo em 2041 a respeito da TV de 30 anos atrás?
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